Dízimo e contribuição

Introdução

Fui dizimista em congregações onde fui membro e sempre contribuí financeiramente para ajudar nas necessidades. No começo de minha conversão eu realmente acreditava na doutrina do dízimo, assim como acreditava em muitas outras coisas que não creio mais. Jesus disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, e creio que tem sido isso que vem acontecendo desde o dia que fui alcançado por Cristo. Depois de estudar muito sobre a doutrina do dízimo, me deparei com o que acontecia na igreja primitiva e vi que eles nunca tiveram a doutrina do dízimo. Buscando outros textos, realmente vi que o dízimo é da lei, assim como é o sábado, e não tem seu lugar na Nova Aliança. Eu costumo dizer que toda instituição que tem a prática do dízimo como obrigação, deveria também guardar o sábado e toda a lei.

Eu nunca fui contra contribuição. O problema não é contribuir. Temos que contribuir livremente, generosamente e por amor, sem esperar nada em troca. É até possível dar o mesmo valor dos 10%, mas pode dar mais ou menos também, se quiser.

Vejo que temos que ser generosos. Deus nos dá tudo e somos apenas mordomos Dele. Então, se precisar, temos que ajudar.

Não gosto de usar o termo dízimo, pois não vivemos mais debaixo da lei e sim da graça, e na graça, biblicamente falando, não se usa tal termo. O apóstolo Paulo escreveu 13 cartas e deu muitos conselhos para a Igreja, e nunca citou a palavra dízimo. Em Atos, onde fala da Igreja Primitiva, não encontramos nada também... E por aí vai... Não sou contra quem fala do termo, mas usa como princípio, referencial de contribuição.

Hoje sou líder em uma comunidade onde não praticamos a doutrina do dízimo, porém contribuímos deliberadamente, com espontaneidade e amor, e Deus tem suprido as nossas necessidades. Temos ensinado o povo a viver na graça de Deus e muitos têm entendido isso.

Se dou 1, 5, 10, 20, 30 ou mais % do que ganho, é porque amo ao Senhor e Sua obra, e não por imposição, obrigação ou muito menos por medo de Deus, do devorador (que não é um demônio e sim um gafanhoto), ou ainda de ser chamado de ladrão.

Quem pode dar mais, dá mais; quem pode dar menos, dá menos; e quem não pode dar nada deveria ser ajudado.


O dízimo antes da lei

Os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó

Abraão - A primeira menção de dízimo na Bíblia está registrada no livro de Gênesis, capítulo 14, referindo-se a uma atitude voluntariosa de Abraão, ora Abrão, quando depois de uma guerra, ele deu o dízimo de todo o despojo que levara do oponente a um sacerdote de quem pouco se sabe, chamado Melquisedeque.

Abraão deu dízimo a Melquisedeque, porém a bíblia nos mostra que Abraão deu o dízimo dos despojos de guerra e não ficou com nada para si, ou seja, dizimou daquilo que não era dele (era do rei de Sodoma). Não existe qualquer outro relato de Abraão dizimando.

Interessante é que o dízimo foi introduzido na bíblia por Abrão antes da Lei, e para alguns, isso dá respaldo à cobrança dos dízimos hoje. Mas, ignoram que, também por ele (Abraão), e antes da Lei, foi introduzida a CIRCUNCISÃO. Por que não vemos ninguém ensinando a circuncisão na igreja?

Isaque - Sobre Isaque, não existe qualquer relato sobre dízimo.

Jacó - Com relação a Jacó existe apenas uma promessa, um voto, mas não há nenhum relato dele dizimando, bem porque não havia a quem entregar o dízimo, não se tem mais notícias de Melquisedeque ou de qualquer outro sacerdote para receber seu dízimo. Apenas com a lei de Moisés, séculos depois, é estabelecido o sacerdócio de Arão e seus filhos.

Após uma noite em que teve um sonho que julgou revelador, Jacó, neto de Abraão, também comprometeu-se voluntariamente a dar dízimos - "oferecerei o dízimo de tudo que me deres" - caso Deus o guardasse e protegesse.

Então Jacó fez um voto, dizendo: "Se Deus estiver comigo, cuidar de mim nesta viagem que estou fazendo, prover-me de comida e roupa, e levar-me de volta em segurança à casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus. E esta pedra que hoje coloquei como coluna servirá de santuário de Deus; e de tudo o que me deres certamente te darei o dízimo". Gênesis 28:20-22

A lição de Jacó é que os dízimos devem ser entregues como gratidão pelas bênçãos recebidas e não como condição para se receber bênçãos.


O dízimo e sua regulamentação na lei

"Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas das árvores, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor... O dízimo dos seus rebanhos, um de cada dez animais que passem debaixo da vara do pastor, será consagrado ao Senhor. Levítico 27:30-32 (NVI)

Nesse texto, entre outros, fica claro do que se daria o dízimo: Da produção da terra e da criação de animais, ou seja: alimento.

O dízimo na Lei era limitado aos alimentos produzidos pelos agricultores e pecuaristas.


O dízimo e Malaquias 3:10,11

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.” Malaquias 3:10-11

O dízimo foi instituído por causa da tribo de Levi, que não recebeu herança de terras, pois Deus disse que Ele próprio seria a herança deles. Deus então fazia as outras tribos de Israel trabalharem para sustentar a tribo de Levi, de onde vinha os levitas e sacerdotes.

Por isso, em Malaquias 3, Deus fala sobre isso, sobre o devorador, que era tão somente gafanhotos que consumia a lavoura, no caso de infidelidade. O devorador nunca foi demônio, como muitos líderes dizem.

Qual a finalidade de se ter comida, alimento estocado na Casa do Senhor? “Para que os levitas, ...e os estrangeiros, os órfãos e as viúvas (pobres)... venham comer e saciar-se... Deuteronômio 14:29

"Pode um homem ROUBAR de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: ‘Como é que te roubamos?’ Nos dízimos e nas ofertas. Malaquias 3:8

Esse texto é muito usado para dizer que quem não dá o dízimo é ladrão... Chegam até a afirmar que se perde a salvação, pois o ladrão não entrará no reino de Deus.

Mas a quem Malaquias estava chamando de ladrão? “Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.” Malaquias 3:9

Leia Malaquias inteiro e você verá claramente que o profeta falava diretamente aos Sacerdotes e indiretamente ao povo e mesmo assim quando falava do pecado do povo, referia-se à displicência dos sacerdotes em ensinar o povo e na complacência em aceitar o pecado do povo, sempre em benefício próprio.

"E agora esta advertência é para vocês, ó sacerdotes.” Malaquias 2:1

- Para quem era a advertência?
Aos Sacerdotes e a toda nação de Israel... Nós somos gentios.


O dízimo e a maldição e bênção

“Com maldição sois amaldiçoados... Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois FAZEI PROVAS DE MIM nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu...” Malaquias 3:9-10

Na velha aliança, a obediência à Lei gerava a bênção e a desobediência a maldição.

"E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar TODOS os seus mandamentos que eu hoje te ordeno... todas estas BÊNÇÃOS virão sobre ti e te alcançarão..." Deuteronômio 28:1-2

"Será, porém, que, se NÃO deres ouvidos à voz do SENHOR teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas MALDIÇÕES, e te alcançarão." Deuteronômio 28:15

O dízimo é parte da Lei e não escapa a essa regra, assim quem não obedece pode esperar a maldição e quem obedece pode esperar a benção. Nesse contexto, Deus está dizendo: façam a sua parte e provem-me se não farei a minha parte.
FAZEI PROVAS DE MIM nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu...” Abrir as janelas do céu nada mais era do que mandar chuva para que houvesse colheita... Mas isso era para os judeus que guardavam a lei e não para nós...

Na Nova Aliança, não existe nada que obrigue Deus a nos abençoar materialmente, para que possamos prová-lo. Na graça isso é tentar a Deus, veja que não é um bom negócio...

Aplicar esse princípio da Lei à Graça é "barganhar" com Deus, e isso não é mais Graça.

Veja que ninguém conseguiu cumprir a Lei para estar em condições de barganhar com Deus. O único que cumpriu toda a Lei foi Jesus e não barganhou.

Na Graça já recebemos a mais excelente de todas as bênçãos, a SALVAÇÃO, de graça. Isso é motivo para nos gastarmos no evangelho, por pura gratidão. Qualquer coisa que vá além, é pura e transbordante graça e soberania de Deus, nunca por merecimento ou por troca.

"...Tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos." 1ª Timóteo 6:8


O dízimo no Novo Testamento

No novo testamento só encontramos três referências diretas ao dízimo, mas nenhuma delas como regra à sua observância pela igreja. Também não existe nenhuma referência que demonstre que a igreja primitiva dizimava.

Você pode argumentar dizendo que Jesus falou de dízimo no Novo Testamento. Sim, Ele falou. Vamos ler o texto: Em Mateus 23:23 (Lucas 11:42) Jesus diz: “Ai de vós, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, E DESPREZAIS O MAIS IMPORTANTE DA LEI, a justiça, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas”.

O mais importante da ??????? LEI.

Nesse texto Jesus não está recomendando o dízimo à igreja.

Jesus era judeu e estava falando com os principais do judaísmo e ainda estavam sob a Lei e deviam cumprir a Lei. A Igreja não existia nessa época. A Nova Aliança se inicia com a morte de Jesus e não com o seu nascimento, Jesus veio cumprir a Lei e não revogá-la. O dízimo e o sábado estão no mesmo parâmetro.

Se formos entender tudo o que Jesus fez, como recomendação para a igreja, a igreja teria que cumprir toda a Lei, pois Jesus cumpriu toda a Lei, por exemplo: teríamos que nos circuncidar, guardar o sábado e todo o resto.

“As igrejas que cobram ou recebem o dízimo possuem o meu respeito, assim como aquelas que praticam a circuncisão e a guarda do sábado. Na Antiga Aliança a contribuição era obrigatória, sob as penas da lei e de se estar praticando roubo a Deus; enquanto na Nova Aliança a contribuição passa a ser espontânea, voluntária, facultativa, não existe penas, castigos e maldições, ou seja, é um ato de pura liberalidade e amor. O amor não se cobra, não se impõe, não busca algo em troca, não se barganha. As ordenanças do Antigo Testamento foram sombras das coisas que estavam por vir e que se cumpriram em Cristo no momento em que Nosso Senhor disse: ‘está consumado’. ” Alexandre Mello

Tudo que praticam como “dízimo” está baseado na lei.

O Novo Testamento sempre nos alerta que a lei caducou e que estamos debaixo de superior aliança em Cristo.

Ainda nos mostra que a Lei se cumpre por inteiro, não se pode extrair dela apenas as práticas convenientes e desprezar as que não interessam.

“Pois quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente”. Tiago 2:10

“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em TODAS as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. Gálatas 3:10

“De novo declaro a todo homem que se deixa circuncidar (dizimar, sacrificar, guardar dias, comidas...) que está obrigado a cumprir toda a lei”. Gálatas 5:3

Muitos avocam para si as bênçãos de Deuteronômio 28, esquecendo-se que a condição para recebê-las é guardar TODA a lei e não apenas o dízimo, e quem não guarda TODA a lei é amaldiçoado. Existe alguma pessoa capaz de cumprir TODA a lei? Não. Somente Jesus o fez e nos libertou da lei para nos estabelecer numa nova e superior aliança. “Mas agora alcançou Ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de superior aliança, que está firmada em melhores promessas”. Hebreus 8:6


O dízimo na Igreja Primitiva

Na igreja primitiva, eles davam dízimo?

A resposta é não. Na igreja primitiva eles eram generosos e davam muito mais que o dízimo, pois o dízimo não era uma prática deles.

Na igreja primitiva eles não davam 10%, eles davam tudo, pois eram generosos.

Não estou dizendo com isso que você precisa dar tudo, mas para provar que não tinha a prática do dízimo. Isso é bem lógico. É só pensar um pouquinho.

Eles davam tudo... Não podemos interpretar alguns textos da Bíblia literalmente também, pois vamos ter problemas. Nesse caso de dar tudo, eles faziam isso pensando que Jesus iria voltar rapidamente. Se aplicarmos isso como doutrina teremos complicações.


Como devemos contribuir, e com quanto?

Quando o Rev. Augustus Nicodemus fala sobre um valor mensal, ele diz por causa da facilidade de administração do dinheiro e também das necessidades. Ele até citou o caso das Igrejas Presbiterianas nos EUA e na Europa. Nos EUA eles calculam todo o dinheiro a ser gasto anualmente e divide entre os membros da igreja. Na Europa, por eles ganharem muito bem, chegaram a conclusão que 5% é o ideal para que todas as necessidades sejam supridas.

Examinemos três diferentes textos, para colhermos, com esforço e cuidado, algum  entendimento sobre este importante assunto.

1ª Coríntios 16:1-2: "Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar."

Em nosso texto, o apóstolo Paulo dá direções à igreja de Corinto: é em proporção ao quanto cada um tem prosperado que eles devem dar na coleta para os santos em Jerusalém, os quais estão em grande pobreza e passando por enormes aflições. Embora não exista nenhuma menção dos santos em Corinto darem um dízimo ou qualquer outra percentagem imposta, eles são instruídos a darem proporcionalmente à sua prosperidade. O ponto em foco é simples - aqueles com mais dinheiro dêem mais, aqueles com menos dinheiro, podem dar menos. Nada mais claro nem mais simples.

Atos 11:27-30: "..E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia..."
Note, na narrativa, que foi proporcionalmente aos seus meios que os irmãos em Antioquia ofertaram para os irmãos que sofriam na Judéia. Em outras palavras, deram de acordo com suas capacidades. Aqueles com mais dinheiro deram mais, aqueles com menos dinheiro deram menos. Nada mais claro nem mais simples.

2ª Coríntios 9:7: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."
Aqui, Paulo dá direções à igreja, para que deem aquilo que têm proposto em seus corações. Note que o apóstolo não lhes diz quanto dar, nem lhes impõe uma percentagem fixa como padrão. Ele simplesmente lhes diz que, o que quer que tenham decidido ofertar, devem ofertarem. Muitas vezes, no instante em que vemos uma necessidade, determinamo-nos a dar uma certa quantia, mas depois, quando o tempo de dar nos alcança, somos tentados a voltar atrás. Paulo ensina que devemos ser fiéis em fazer o bem segundo o que já tínhamos proposto em nosso coração. Mas note igualmente que o apóstolo Paulo deixa o valor a critério dos Coríntios. Não devemos permitir que outras pessoas [indevidamente] nos manipulem ou nos intimidem [psicologicamente ou de qualquer outra forma, levando-nos] a dar por um sentimento de culpa ou de pressão. Tem que não haver nenhuma compulsão [externa] em nosso dar; o valor tem que ser nossa própria decisão.

Estes textos do Novo Testamento nos ensinam que Deus deixa a nós o decidirmos sobre o valor das nossas contribuições. [Sim,] devemos dar em proporção aos nossos meios e a como Deus nos tem prosperado; ...  mas, ao final, somos livres para darmos aquilo que temos o desejo de dar. Quão libertador isto é, quando consideramos as táticas manipulativas de arrancar dinheiro que muitas igrejas de hoje tão frequentemente usam. A vontade de Deus é que, quando vemos uma necessidade, oremos ferventemente por direção sobre como podemos satisfazer aquela necessidade. Então, com base na nossa situação financeira, ofertemos com um coração prazeroso e alegre.


Qual o propósito em ofertar?

A quais tipos de necessidades devemos usar nosso dinheiro para satisfazer? Será que o Novo Testamento nos dá alguma luz sobre este importante assunto? Creio que as Escrituras são muito claras nesta área. O Novo Testamento ensina que há três propósitos para destinar nossas ofertas:

1º) - Satisfazer as necessidades dos santos
Este tema é como um fio que vai através da Escritura. Consideremos alguns textos:

Atos 2:44-45 "E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister." O espírito de amor e generosidade era tão grande, na igreja primitiva, que os crentes, de própria vontade e  alegremente, abriram mão de suas próprias propriedades e possessões, para ministrarem às necessidades dos outros santos. Eles chegaram mesmo ao ponto de vender suas terras e casas para tomarem conta um do outro (Atos 4:34).

1ª João 3:17 "Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?"

Gálatas 6:9-10 "E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé." Embora o "façamos bem" não seja claramente definido, seguramente incluiria o ofertar para satisfazer as necessidades dos domésticos da fé.

Em adição a estes claros textos, lemos também, em Mateus 25:31-40, que, quando Cristo voltar, separará as ovelhas dos bodes. As ovelhas são descritas como aqueles que alimentaram Cristo quando ele estava faminto, deram-lhe de beber quando estava sedento, vestiram-no quando estava nu. Quando as ovelhas replicam: "Senhor, quando ... e te demos de comer?  ... e te demos de beber? 38 ... e te hospedamos?  ... e te vestimos? 39  ... e fomos ver-te?"  Cristo responde " Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes." Aqui, Jesus nos diz claramente que quando usamos nosso dinheiro para vestir e alimentar os irmãos de Cristo (crentes, de acordo com Mateus 12:50 ["... qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe."]), estamos ministrando a ele. Ademais, 1ª Timóteo 5:16 ["... para que se possam sustentar as que deveras são viúvas."] dá instruções sobre como a igreja deve sustentar viúvas desvalidas. Ainda mais, temos visto, nos textos já citados, as muitas exortações do apóstolo Paulo para ofertar aos santos pobres em Jerusalém. Portanto, é bastante claro que uma das prioridades da contribuição no Novo Testamento é satisfazer as necessidades dos santos.

Nós no momento não temos ninguém da comunidade passando necessidades, pelo menos que eu saiba. Nós já ajudamos alguns.

2º) - Satisfazer as necessidades dos obreiros cristãos
Além de usarmos nosso dinheiro para satisfazer as necessidades dos nossos irmãos e irmãs em Cristo, as Escrituras também nos levam a usar nosso dinheiro para sustentar os que trabalham na obra do Senhor. Consideremos as seguintes passagens:

1ª Timóteo 5:17-18: "Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário."
Neste texto, "honra" tem que significar mais que estima e respeito, pois, no verso 3 do mesmo capítulo, Paulo manda a Timóteo "Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas." Honrar estas viúvas é prover para elas (v. 8) e assisti-las (v. 16). Portanto, quando Paulo menciona "honrar" os anciãos que trabalham duramente na pregação e ensino [da Palavra], imediatamente depois que ele mencionou honrar as viúvas, Paulo tem que ter a mesma coisa em mente - prover e assistir aos anciãos financeiramente, de modo que possam se dedicar ao trabalho de labutarem na Palavra. Um pastor integral é como um boi que deve ser permitido comer enquanto está debulhando. Em outras palavras, deve ser sustentado e cuidado enquanto está trabalhando com todo esforço. Ele também é como um operário, o qual é digno de seu salário. A uniforme prática apostólica do Novo Testamento foi a de apontar pastores para superintenderem as igrejas que os apóstolos plantavam. Paulo simplesmente está dirigindo as igrejas a proverem e assistirem financeiramente estes obreiros, de modo que possam dar seu tempo à tarefa de ministrarem e cuidarem do rebanho.

1ª Coríntios 9:6-14 "Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado? Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho."

Nesta passagem Paulo está clamando que os apóstolos tinham todo o direito de abster-se de viverem de trabalhos seculares e todo o direito de receberem o sustento material daqueles a quem serviam. De fato, Paulo assevera que o Senhor mandou àqueles que proclamam o evangelho que obtenham seu viver do evangelho.

Filipenses 4:15-18 "E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente; porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a Tessalônica. Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta. 18 Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus."

Neste texto o apóstolo declara expressamente que a dádiva que os filipenses lhe haviam enviado foi um fragrante aroma, um sacrifício aceitável, e foi agradável a Deus. O próprio Deus nos tem dado sua aprovação para usarmos nosso dinheiro para sustento de fiéis obreiros cristãos. Portanto, é importante que o povo de Deus utilize seus recursos financeiros para sustentar obreiros cristãos, quer sejam anciãos de uma igreja local, ou evangelistas itinerantes, ou missionários.

Nós no momento não temos nenhum pastor em tempo integral, mas podemos ter um dia, apesar de que isto não é minha vontade. Se for da vontade do Senhor, aí teremos que sustentar esse pastor e prover suas necessidades.

3º) - Satisfazer as necessidades dos pobres
Em adição ao uso do nosso dinheiro para satisfazer às necessidades dos santos e dos obreiros cristãos, as Escrituras também nos mandam usar nosso dinheiro na satisfação das necessidades dos pobres. Considere os seguintes textos:

Lucas 12:33-34 "Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração."

Efésios 4:28 "Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade."

Aqui a pessoa que sofre a necessidade não é identificada como crente, mas presumivelmente pode ser qualquer um padecendo privação.

Tiago 1:27 "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo."

Visitar órfãos e viúvas em suas necessidades tem que significar mais que fazer-lhes uma mera visitinha social. Está implícita, na declaração, a ideia de ajudar estes órfãos e viúvas, o que, sem dúvidas, requereria contribuir sacrificialmente.


Qual o modo de ofertar?

As Escrituras nos ensinam diversas coisas sobre como devemos ofertar.

1º) – Devemos ofertar voluntariamente, espontaneamente

2ª Coríntios 8:3-4 diz "Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos."

Somos aqui ensinados que as igrejas da Macedônia deram de suas próprias vontades. Ninguém os estava manipulando [emocional e psicologicamente], nem lhes torcendo o braço [obrigando-os]. Em 2ª Coríntios 9:7 Paulo diz "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." Se não devemos ofertar  com tristeza ou sob compulsão [externa], então devemos ofertar voluntariamente [de ânimo pronto, com prazer e alegria]. Deus quer que nosso ofertar provenha do nosso coração. Ele quer que contribuamos porque temos todo o desejo de fazê-lo.

2º) – Devemos ofertar sem esperar nada em troca, porém Deus pode nos abençoar, se Ele quiser

Na Nova Aliança, não existe nada que obrigue Deus a nos abençoar materialmente, para que possamos prová-lo. Na graça isso é tentar a Deus, veja que não é um bom negócio... Aplicar esse princípio da Lei à Graça é "barganhar" com Deus, e isso não é mais Graça.

Na Graça já recebemos a mais excelente de todas as bênçãos, a SALVAÇÃO, de graça. Isso é motivo para nos gastarmos no evangelho, por pura gratidão. Qualquer coisa que vá além, é pura e transbordante graça e soberania de Deus, nunca por merecimento ou por troca. "...Tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos." 1ª Timóteo 6:8

Porém, entendo e reconheço que Deus abençoou os Tessalonicenses por causa da oferta deles, e pode nos abençoar também, se Ele quiser. Veja o texto a seguir:

2ª Coríntios 9:6-15 diz: “Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente. Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda a graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra. Como está escrito: "Distribuiu, deu os seus bens aos necessitados; a sua justiça dura para sempre". Aquele que supre a semente ao que semeia e o pão ao que come, também lhes suprirá e aumentará a semente e fará crescer os frutos da sua justiça. Vocês serão enriquecidos de todas as formas, para que possam ser generosos em qualquer ocasião e, por nosso intermédio, a sua generosidade resulte em ação de graças a Deus. O serviço ministerial que vocês estão realizando não está apenas suprindo as necessidades do povo de Deus, mas também transbordando em muitas expressões de gratidão a Deus. Por meio dessa prova de serviço ministerial, outros louvarão a Deus pela obediência que acompanha a confissão que vocês fazem do evangelho de Cristo e pela generosidade de vocês em compartilhar seus bens com eles e com todos os outros. E nas orações que fazem por vocês, eles estarão cheios de amor por vocês, por causa da insuperável graça que Deus tem dado a vocês. Graças a Deus por seu dom indescritível!”

Paulo nesta passagem está ensinando, não que devemos ofertar para receber em troca, mas que quando ofertamos, “Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda a graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra. Como está escrito: "Distribuiu, deu os seus bens aos necessitados; a sua justiça dura para sempre". Aquele que supre a semente ao que semeia e o pão ao que come, também lhes suprirá e aumentará a semente e fará crescer os frutos da sua justiça. Vocês serão enriquecidos de todas as formas, para que possam ser generosos em qualquer ocasião e, por nosso intermédio, a sua generosidade resulte em ação de graças a Deus."

3º) – Devemos ofertar animadamente, com alegria

Em 2ª Coríntios 9:7 nós aprendemos qual espírito devemos ter ao contribuirmos "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."

Ofertar deveria ser visto como um grande privilégio, não como uma pesada carga ou um doloroso dever. Deus não deseja que seu povo oferte contra a vontade, “na marra”, “na força”, mas sim movido por uma atitude de alegria, animação e amor. Que Deus nos ajude a ofertar com essa motivação!

4º) – Devemos ofertar com amor

Nas Escrituras temos vários exemplos onde Deus olha com aprovação para a contribuição sacrifical, altruísta.

2 Coríntios 8:1-5 "Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus."

Logo de partida, notemos que os crentes macedônicos tinham pouquíssimos dinheiro e bens. São descritos como estando suportando muita aflição e experimentando profunda pobreza. Apesar de tudo, também é dito que tinham contribuído além das suas possibilidades! Que Deus nos habilite a os imitarmos em nossas próprias vidas!

Marcos 12:41-44 "E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito. Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro; porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento."

Jesus escolheu esta mulher para servir aos seus discípulos de maravilhoso exemplo de contribuição. Quando Cristo viu o espírito sacrificial dela [amoroso e de vontade livre e boa], Ele chamou os Seus discípulos para se aproximarem, observarem, e aprenderem uma lição, através da vida dela. Que também aprendamos, e saiamos, e façamos semelhantemente!


Qual a motivação da nossa contribuição

Agora que já temos visto os que as Escrituras nos ensinam com referência ao total, ao propósito, e à maneira de contribuirmos, voltemo-nos para examinar o que a Bíblia nos ensina sobre qual deve ser a motivação da nossa contribuição.

1º) – O exemplo de Cristo - AMOR
2ª Coríntios 8:9 diz: "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis."

Cristo era infinitamente rico em sua existência pré-encarnação, no céu. Era incessantemente adorado por uma grande hoste de seres angelicais. Sendo Deus, exercia onipotência, onisciência e onipotência. Juntamente com o Pai e o Espírito Santo, reinava sobre todo o universo que tinham criado. Todavia, Cristo de livre vontade escolheu se tornar pobre. Jogou no chão seu direito ao exercício independente de seus atributos. Nasceu em um estábulo e foi criado por pais muito pobres. Viveu uma vida obscura e simples.  Dependeu do [Deus] Pai para toda a sua sobrevivência. Nunca acumulou possessões durante o tempo de sua vida; na verdade, parece que as únicas possessões que ele podia chamar de suas foram as roupas sobre suas costas. Ao final de sua vida, [pela própria vontade] ele entregou a única coisa que ainda lhe restava, sua própria vida. Ao depor sua vida Jesus estava dando tudo, para nos livrar dos nossos pecados. Embora fosse rico, tornou-se pobre. E qual foi o propósito deste grande ato de sacrifício? Foi que, através de sua pobreza, nós nos tornássemos ricos. Nós, aqueles que cremos Nele, temos herdado grandes riquezas: perdão, adoção, justificação, Deus o Espírito Santo habitando em nós, paz com Deus, acesso a Deus, santificação, e a glória eterna que em breve virá! Note que Cristo não nos deu apenas dez por cento dos seus recursos ao nos comprar e presentear tamanhos tesouros! Ele deu 100% Dele! Tudo o que temos vem do Senhor, somos tão somente mordomos do que Ele nos concede. Saibamos administrar isso com sabedoria e amor.

2º) – A ordem de Cristo - AMOR
Não apenas temos o exemplo de Cristo para nos motivar, como também temos sua ordem. Jesus expressou-se muito claramente em João 15:12-13, "O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.".

Jesus, nesta passagem, está ordenando aos seus seguidores que amem um ao outro de modo idêntico àquele com que Ele os amou - a saber, sendo totalmente dedicado a eles. Este tipo de dedicação tem que, pela própria natureza do caso, incluir a vontade de amarmos a ponto de ajudarmos um ao outro, inclusive materialmente. Que Deus nos habilite a seguirmos Seu Filho em obediência!


Perguntas e respostas

Estou acostumado a dizimar. Posso continuar ou estarei pecando?
Pode continuar sim, pois não há nenhum problema em contribuir, porém não faça isso como algo obrigatório, mas contribua espontaneamente e generosamente, com amor.

Se não tem o dízimo, como igrejas, pastores e missões serão sustentados? Da mesma forma, com a contribuição generosa e voluntária do povo de Deus que serve ao Senhor e não a Mamom.

Mas se você não falar do dízimo, será que as pessoas contribuirão? Se você ensinar o certo, creio que as pessoas contribuirão sim, porém, se não fizerem isso é porque não entendem a graça de Deus, que excede, e em muito, à lei.

Um pastor disse: “Na igreja, se eu não pregar e ameaçar com as maldições de não dizimar as pessoas não dão. E daí?” Daí que as pessoas de sua igreja estão fazendo algo que Deus não ama, pois Deus ama aquele que dá com alegria e não forçadamente, por medo de maldições.

Abraão deu o dízimo antes da lei, então o dízimo está instituído antes da lei. Diante disso, o que você me diz? Abraão também circuncidou-se antes da lei, isso não significa que você o deva fazer também.

Se eu não dizimar, serei amaldiçoado pelo devorador, pelos gafanhotos de Joel 1:4? Primeiro, se você é um cristão genuíno, não há mais nenhuma condenação para você (Romanos 8:1), pois Cristo o resgatou de toda maldição (Gálatas 3:13) e você foi adotado por Deus. Isso significa que o Pai está continuamente buscando seu bem, isto é, você ser cada vez mais parecido com Cristo (Romanos 8:28,29) – e não mais parecido com os ricos deste mundo – e nosso Pai tomará até medidas disciplinares para isso, pois Ele o recebe como Filho (Hebreus 12:6). Portanto, isso significa que se o Pai achar melhor Ele pode levá-lo a provações econômicas para aprender a ser generoso (2ª Coríntios 8:2) e não colocar seu coração nas riquezas (Salmos 62:10).

Eu dei o dízimo e funcionou e conheço testemunho de pessoas que enriqueceram ao dar o dízimo. E agora, o que me diz? Os que entram em sociedades secretas também enriquecem. Isso quer dizer que está certo? Não. Então, esse não é um argumento válido. Além do mais, ofertar a Deus não é uma moeda de troca ou uma barganha, mas um gesto de adoração e amor ao próximo. Se sua intenção ao dizimar ou ofertar é, no fundo, enriquecer, então você não ama a Deus, mas O usa para seus desejos pecaminosos e carnais.

Muitos dizem: “Dízimo é uma questão de fé”. E daí, como fica isso? Dizem que o dízimo não é obrigatório para o cristão, pois este é uma questão de fé e que aquele que o dá precisa fazê-lo por FÉ. Ora, existe uma tremenda contradição nesta afirmação, pois, se o crente tem de dar dez por cento de seu salário (ao que chamam de dízimo), não podendo ser mais nem menos e ainda corre o risco de ser amaldiçoado se não o fizer, logo, isto é uma obrigação e não opção. E ainda, o dizimo era obra da lei e a lei não é da fé (Gálatas 3:12). Então, como pode ser este uma questão de fé? Reflita sobre isso.


Conclusão

As Escrituras não ensinam que o dízimo é obrigatório no Novo Testamento. No entanto, as mesmas Escrituras ensinam que os crentes devem contribuir de maneira generosa, sacrificial, sem esperar nada em troca, com alegria e amor.

Será que estamos fazendo isto?

É minha sincera oração, que o Espírito Santo use esta mensagem para nos desafiar a repensar nossos padrões de contribuição, e para verificar se eles se alinham com a vontade de Deus, conforme expressa no Novo Testamento. Se não estiverem, vamos ao Senhor em oração e peçamos o poder e a graça para lhe obedecer plenamente em todas as coisas.

Com amor,

Paulo Cerozino

Fontes:
- Bíblia em várias versões

- Várias outras fontes. 

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