A Cabana
Confesso que tinha assentado em meu coração a
firme ideia de jamais ler o livro “A cabana”, pois tinha ouvido falar muitas
coisas sobre ele. Ouvi comentários de teólogos renomados e que admiro muito,
“descendo a lenha” no livro, dizendo que ele era herege e causava constantes
perigos a fé e a vida cristã. Vi muitos depoimentos de pessoas que leram e
disseram que o livro tinha muita coisa “furada”.
Um dia, conversando com um pastor amigo meu, ele
disse que o livro é muito bom, apesar das heresias que contém, e disse que
valia a pena eu ler.
Então, consegui o livro emprestado e comecei
a ler...
Logo vi que o livro se tratava de uma ficção e
não de um compêndio teológico/cristão, apesar de conter algumas verdades e
mentiras da religião. Fiquei chocado quando o autor apresentou a “Trindade” como três
pessoas: O Pai como uma mulher afrodescendente, o Filho como um carpinteiro do
Oriente Médio e o Espírito Santo como uma mulher oriental, porém, como
tratava-se de uma ficção contando a experiência de alguém, segui em frente.
Confesso que foi difícil
“engolir” algumas frases, por uma questão bíblica e teológica, contudo, “rompi a
barreira” e tirei os olhos das heresias, me importando mais com a estória de um
pai sofredor que perdeu sua filhinha de modo brutal e de um Deus chamando-o
para perto de Si, para relacionar-se com Ele, mostrando que era necessário
perdoar para tirar todo aquele peso. O livro é repleto de momentos
maravilhosos, de diálogos terapêuticos, de um relacionamento de um Deus sábio e
soberano (mesmo apresentado de forma equivocada pelo autor) com Sua criatura,
cheia de traumas, vergonha e dor.
Se você está
querendo ler o livro ou assistir ao filme, a primeira coisa que precisa
analisar é se tem maturidade para isso (não recomendo para menores de 18 anos
nem para aqueles que acreditam em tudo o que ouve e vê), pois o filme vai
mostrar muitas coisas que não são de conformidade com as Escrituras Sagradas,
das quais cito 10
respostas a 10 principais heresias contidas no livro (aqui coloco só as
respostas. Os textos com as heresias você terá que achar no livro/filme):
1ª)
– A Trindade não é formada por 2 mulheres e 1 homem. Deus é assexuado;
2ª)
– Deus Pai não foi crucificado com Jesus. Quem morreu foi o Jesus homem;
3ª)
– Deus não está limitado por Seu amor e vai sim julgar os homens;
4ª)
– Deus não perdoou todos os seres humanos, mas perdoa somente os que se
arrependeram/arrependem/arrependerão;
5ª)
– Deus é soberano e não se submete aos desejos dos homens;
6ª)
– Deus não vai salvar todo o mundo, mas somente os que crerem, se arrependerem
e fizerem de Cristo O Senhor de suas vidas;
7ª)
– Jesus é o único caminho para Deus; o resto levará o homem a encontrar Deus
após a morte para ser julgado por Ele, lembrando sempre que não há salvação
fora de Cristo, pois foi Ele que morreu e ressuscitou para nossa salvação;
8ª)
– Jesus não está sendo transformado com o homem, mas aqueles que O segue são transformados
por Ele;
9º)
– Deus tem sim desejo de nos tornar cristãos, discípulos de Cristo, caso
contrário não teria ordenado para pregarmos o evangelho a toda criatura;
10ª)
– A Bíblia é verdadeira e foi inspirada por Deus, e é e deve ser sempre, a
nossa única regra de fé e prática. Que a usemos para filtrar todo ensinamento,
para não corrermos o risco de sermos repreendidos pelo Autor dela.
Se você acha que
consegue “tirar de letra”, filtrar facilmente, então vá “desarmado”,
“antenado”, “preparado”, como alguém que procura ouro no meio de um rio sujo.
Quando você encontrar o ouro verá, que mesmo apesar de toda a sujeira (todas as
heresias), valeu a pena, pois o ouro vale bem mais que a sujeira. Depois disso,
guarde o ouro e jogue o resto fora. Foi isso que eu fiz. Ah, mais uma coisa: Se
for assistir ao filme, vá,
mas deixe os óculos da religião em casa, e, leve um lenço, é bem isso que vou
fazer, pois só li o livro e se o filme mostrar metade do que o livro mostra,
não conseguirei conter as lágrimas.
Se você não quer
ler o livro nem assistir ao filme, tudo bem, não o faça. Você é livre para
isso.
O
meu desejo é que você reflita sobre tudo isso e não diga: “Ah, eu li o
livro/assisti ao filme porque o Paulo Cerozino disse que era bom e recomendou.”.
Seja honesto e tome suas próprias decisões. Você não é obrigado a fazer o que
os outros dizem.
Com
todo esse comentário sobre o livro “A cabana”, eu ainda corro risco de ser
incompreendido, porém, prefiro dizer isso para você do que simplesmente dizer
como muitos: “Não entre na cabana”, “Fuja da cabana”, “Não leia o livro”, “Não
assista o filme”. Digo pra você: “Está na hora de crescer, de conhecer Deus, de
conhecer a Bíblia, de filtrar, de questionar, de pensar, de separar as coisas,
de parar de ser ingênuo.
Bem,
é isso.
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